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quarta-feira, 27 de março de 2013
Zuenir Ventura lê crônica de Rubem Braga
Zuenir lê "Meu ideal seria escrever", de Rubem Braga:
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terça-feira, 26 de março de 2013
RUBEM BRAGA 100 ANOS
Notícias na internet:
RELEITURAS:
Rubem Braga - Biografia - Projeto Releituras
CENTENÁRIO DE RUBEM BRAGA:
Ministério da Cultura - MinC » Centenário de Rubem Braga
Rubem Braga: cronistas definem legado no centenário de escritor:
Rubem Braga: cronistas definem legado no centenário de ... - Terra
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O século do velho Rubem Braga:
O século do velho Rubem Braga - O GloboExposição marca centenário do escritor capixaba Rubem Braga:
G1 - Exposição marca centenário do escritor capixaba Rubem ...CENTENÁRIO DE RUBEM BRAGA:
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terça-feira, 19 de março de 2013
Ana Maria Machado: autora homenageada 2013
por Elizabeth
D’Angelo Serra
Secretária geral da Fundação Nacional do Livro
Infantil e Juvenil
Ana
Maria Machado vive e escreve dialeticamente, apresentando em suas histórias o
ponto e o contraponto dos conflitos para, em seguida, trazer uma síntese que se
abre para uma nova situação sem nunca se encerrar em uma mensagem ou uma lição.
Diz ela: Um escritor não tem que se
preocupar com mensagens. Tem que contar uma boa história, de uma maneira
interessante, com surpresas de linguagem, e criar um livro que divirta, faça
pensar e fique na lembrança do leitor de alguma maneira, dando vontade de reler
ou relembrar de vez em quando.
Essa
combinação original é o mistério que nos atrai e que torna a sua obra única: a
sua vida como uma pessoa comum e o seu olhar artístico e crítico para observar
e procurar entender o mundo e suas relações, local e globalmente e, depois, nos
contar, do seu jeito o que vê e sente. Por isto suas histórias têm sucesso
também com crianças e jovens de terras diferentes e distantes do Brasil, em
dezenas de países onde estão publicadas.
Ana
não escreve livros para agradar, mas porque sua reflexão sobre a vida se faz
por meio da escrita. Escrevendo, dialoga e partilha com os leitores suas
experiências contando para isto com uma memória privilegiada. Sempre atenta ao
que ocorre ao seu lado, ou mesmo longe, ela rapidamente conecta o passado e o
presente com o olhar para o futuro, dando sentido às situações simples e
complexas da vida nos ensinando o valor da História.
A Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), seção brasileira do
International Board of Books for Young People – IBBY, é a instituição da qual Ana
recebeu as mais altas premiações, inúmeras em diversas categorias. Em 1993, ela
tornou-se Hors Concours nas premiações da FNLIJ.
Entre
tantos prêmios recebidos, há importantes
reconhecimentos que expressam o valor da repercussão de sua obra. Em 2000, a
Ordem do Mérito da Cultura, concedida pelo Ministério da Cultura, no seu mais
alto grau. Em 2001, a
Academia Brasileira de Letras - ABL lhe deu o maior prêmio literário nacional,
o Machado de Assis, pelo conjunto da obra. E, em 2003, ela foi eleita para
ocupar a cadeira número 1 da ABL. Pela primeira vez, um autor com uma obra
significativa para o público infantil foi escolhido. Atualmente, é a Presidente
da ABL. Em 2012, recebeu a Medalha Tamandaré da Marinha do Brasil, pelos
serviços prestados à cultura brasileira.
No
âmbito internacional, ela recebeu o destacado Prêmio Hans Christian Andersen do IBBY , em
2000, considerado o pequeno Nobel da Literatura Infantil e Juvenil. Em 2011, recebeu
o Prêmio Príncipe Claus, da Holanda. Em 2012, o título de Membro Honorária do
IBBY e o Prêmio Ibero-americano de Literatura Infantil e Juvenil da Fundação
SM.
Ana
esteve exilada na Europa e trabalhou como jornalista na BBC de Londres. Ao
voltar ao Brasil, em 1972, foi exonerada do serviço público na universidade o
que a fez seguir na área do jornalismo no Jornal do Brasil e na rádio JBFM,
onde permaneceu por oito anos.
Ela deixou
a rádio e o jornal para uma nova experiência com livros: abriu a primeira
livraria do país focada em livros infantis, a Malasartes.
Durante a ditadura, as produções artísticas para o público infantil não
eram objetos de interesse dos censores que, certamente, não liam para seus
filhos, desconhecendo a força formadora e revolucionária da literatura para a
cultura e educação dos pequenos. Felizmente Ana Maria escolheu a
literatura infantil como forma de se expressar, o que possibilitou levar, para
nossos filhos e alunos, a esperança em um país mais justo e o valor inalienável da liberdade!
Os
personagens das suas histórias rompem paradigmas: questionam as ordens sem
sentido, definidas de cima para baixo sem discussão e as atitudes passivas
frente às injustiças, se indignam com o desrespeito aos animais e à natureza
sem criar uma dicotomia entre homem e natureza; semeiam relações de
solidariedade, promovem as decisões em grupo onde todos podem se expressar e
aprendem a ouvir. Eles falam de afetos, de amores e de amizades, sem
maniqueísmos ou preconceitos.
Os
direitos humanos e os valores democráticos estão presentes regando o imaginário
e a fantasia infantil por meio de uma linguagem extremamente bem cuidada, só
possível para quem tem o domínio do idioma que Ana traz na sua vasta bagagem
intelectual, como leitora e estudiosa da Língua Portuguesa.
As
histórias escritas, a partir de 69, na revista Recreio, sob a batuta de Ruth Rocha, revelaram Ana Maria dentre outros
autores, como a própria Ruth Rocha. O sucesso dessas histórias junto aos
professores e aos pais despertou a atenção dos editores que passaram a
encomendar histórias para serem publicadas em livros!
O
caminho de Ana como escritora nesses mais de 40 anos é firme, não cedendo aos
modismos ou às exigências do mercado, pois é fiel ao que acredita, ao que ela
gosta de fazer:
Em
maio de 2000, em uma entrevista para o informativo da FNLIJ, ela disse: Eu escrevo porque gosto da língua portuguesa,
porque gosto de histórias e conversas, gosto de pessoas com diferentes
opiniões, gosto de outras vidas, de outras idéias. Outras emoções. Eu gosto de
pensar e imaginar. E em todo esse processo, a leitura é fundamental.
Cumplicidade,
afetividade, generosidade, compromisso com as mudanças de maneira radical, um profundo
sentido de justiça e postura ética firme são algumas das muitas qualidades de
Ana e que estão presentes, com ênfase, nas suas histórias.
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