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BLOG DA FLIST
terça-feira, 7 de maio de 2013
FLIST 2013 no RJ TV GLOBO
Clique no link para assistir a divulgação da FLIST 2013 no RJ TV GLOBO:
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terça-feira, 30 de abril de 2013
Cartas pata Vinicius de Moraes
Os alunos do 3º ano do Ensino Médio do CEAT viram o filme VINICIUS DE MORAES, de Miguel Faria Jr. e , diante de tantas faces de nosso “poetinha” prestam-lhe uma homenagem em forma de cartas. Aí vão algumas delas:
Nascimento: 19 de outubro de 1913, Rio de JaneiroFalecimento: 9 de julho de 1980, Rio de JaneiroEducação: Universidade Federal do Rio de JaneiroÁlbuns: Musicalmente, Amália/Vinicius, MaisFilhos: Pedro de Moraes, Susana de Moraes, Georgiana de Moraes,Luciana de Moraes, Maria de Moraes
Caro
Vinicius,
São
algumas décadas que nos afastam, no entanto
parece que a magia de suas músicas atemporais e seus poemas que mais
parece a história dos amores de uma vida transcrita em versos, continuam
alegrando tanto as “ garotos de Ipanema” quanto os garotos de todo o Brasil.
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Caro
Vinicius,
São
algumas décadas que nos afastam, no entanto
parece que a magia de suas músicas atemporais e seus poemas que mais
parece a história dos amores de uma vida transcrita em versos, continuam
alegrando tanto as “ garotos de Ipanema” quanto os garotos de todo o Brasil.
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Vinicius,
você tinha um milhão de Vinicius dentro de você mesmo:um músico, um poeta, um
diplomata, um amante, um pai ... O que todos tinham em comum era a sede de
viver e de buscar, sempre, a forma mais feliz de se viver, fato este que
conseguiu encontrar, diferentemente de muitos por aí.
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Assim como sua música diz “Vamos reinventar de
novo o amor”, sua vida foi desse jeito, cheia de invenções e mudanças de
acordo com o que queria em cada momento. Prova disso, foram seus nove
casamentos. Não são todos os homens que conseguem amar tanto e de forma tão
intensa, tão profunda.
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Mesmo
tendo amado tantas mulheres, seu verdadeiro amor, depois da música, era a
bebida. O copo de uísque na mesa do bar ou em sua casa em Petrópolis era ua
felicidade tão grande que não o trocava por nada no mundo..
Outra
admiração que tenho por você é a sua certeza e autoconfiança. Não se
arrependia do que fazia nem mesmo duvidava de seus atos, se nascesse de novo
faria tudo mais uma vez. Talvez tenha sido essa certeza de vida que lhe tenha
dado tamanha felicidade, pois raros e felizes são aqueles que sabem o que
fazem.
Por
fim, penso que, se ainda estivesse entre nó, ainda estaria nos dando aulas de
felicidade, de alegria, de samba, de atitude, de certeza, pois , além de pai,
músico, poeta e diplomata, Vinicius, você também foi um grande professor de vida.
Com
carinho,
Vitória
Hoff
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Caro
Vinicius,
foram-se anos desde a sua partida, no entanto, ainda se
sente como uma ferida aberta. Poeta, compositor, galanteador, velho amigo, o
branco mais negro do Brasil.
O exemplo concreto de simplicidade e bom humor. Mesmo
distante da sua presença física não há como
escapar de sua companhia. Evocar Vinicius é involuntário, tanto por suas
prosas e versos quanto por suas composições ou até mesmo pela Bossa Nova
somente. Vinícius é sinônimo de brasilidade; é cultura brasileira.
Apesar de
saber como amar, sempre que o ouço, ou leio, sinto como se reaprendesse e
revivesse o amor, a felicidade e o companheirismo. Ao deparar-me com suas obras
é como me pusesse em seu lugar. Sinto em mim o deslumbre com os encantos
femininos como se eu sempre estivesse em
busca de um começo de paixão. Não foi à toa que teve tantas mulheres, ou
melhor, amantes.
Apaixonante!
Não há
Brasil sem Vinícius, assim como não existe a moça do corpo dourado sem o sol de
Ipanema,; ou Itapuã sem suas tardes com água de coco, pois ser Vinícius é um
verbo infinito.
Sempre
querido, com seu espírito jovial e risonho, irremediavelmente com um copo de
uísque nas mãos, você, poetinha, dizia: “Quem passou por essa vidave não
viveu/pode ser mais, mas sabe menos do que eu/ porque a vida só se dá pra quem
se deu”.
E é por
isso, Vinícius que você me ajuda a viver.
Camila
e Naimmy (turma 31)
Caro
Vinícius,
quem lhe escreve é uma admiradora sua e de toda a sua obra,
de toda a poesia inspiradora que há em suas canções e em tudo que já escreveu.
Digo
inspiradora, porque me faz pensar, me faz lembrar momentos bons da minha
vida... “Garota de Ipanema” me lembra da fascinação que senti na primeira vez
que fui à praia, da areia fofa e quente, do mar gelado de janeiro. “Aquarela”
tem o som e as cores da minha infância; “Chega de Saudade” me faz pensar no
amor distante, na vontade de estar junto, na angústia da distância e no alívio
do reencontro...
Mas não
tenho como objetivo apenas falar o que sua obra representa para mi m, aliás, o
Senhor foi e continua(rá) sendo uma
inspiração para todos. De acordo com Chico Buarque, sua formação era erudita,
pois nasceu em família nobre. Isso é admirável porque ainda assim conquistou
espaço no coração do povo brasileiro que pensa ter sido o Senhor um
“aproveitador” da vida.
E existe
adjetivação mais bonita? Aliás, existe coisa mais bonita que a vida e o prazer
de aproveitá-la?Por identificação, suas poesias passaram a citações na boca do
povo brasileiro. Sua mais que merecida fama de “poetinha” é mantida até os dias
atuais, inclusive, em filme internacional. E veja bem: atualmente, ainda que
muitos tipos de músicas venham tomando conta da cabeça das pessoas, o Senhor
não saiu de moda...
E talvez seja isso mais uma razão do meu fascínio por sua
pessoa: a popularidade. Tantos anos se passaram e ninguém consegue se esquecer
de tudo o que o Senhor fez; sua poesia simplesmente se eternizou e não vai sair de nossa memória,
nem da boca do povo!
Seu título de sedutor, todo seu envolvimento e inspiração
que tirava das mulheres enriqueceram muito toda a sua obra. A marca de ter
sempre um amor, uma mulher, um sentimento diferente em cada poema é algo
altamente inspirador! (...) Tanta gente repete seus versos; afinal, se
identificar com o amor de “Soneto de Fidelidade” e querer jurar “que não seja imortal,/posto
que é chama,/ mas que seja infinito,/enquanto dure.”me faz querer acreditar que
o amor pode existir de verdade.
Sua amiga Tonia Carrero disse uma vez que o Senhor “é um
camarada que viveu de paixões”. E literalmente disse que “Quando uma paixão
tomava conta dele, ele era inigualável”. O bonito disso é a ideia de
“aproveitar a vida”, é viver seus amores tão intensamente e ainda deixar quatro
provas vivas disso no mundo.
Sua vida foi repleta e deixou registros de uma poesia
bonita e sutil, além do afeto expresso através dos adjetivos com os quais seus
amigos o nomeiam: “poetinha”, “sedutor”, “gênio”. Afinal, não é disso que o
mundo precisa? De poetas românticos que
vivam intensamente da paixão, da poesia? A gente precisa de amor, afinal de
contas! Precisamos de mais gente que acredite que existe, sim, o amor
verdadeiro e aposte nele, como o Senhor fez tantas vezes. É por isso que o seu
legado na Terra é tão admirável.
A cada vez que uma pessoa se identifica com algo escrito
por alguém que falou tanto do amor, é uma porta que se abre para a vida no
coração desse mundo que anda tão frio.
Com
a esperança nos românticos aproveitadores da vida, de coração quente e cheio de amor,
Nina
Caro
Vinícius,
Cá estou lhe escrevendo esta carta, pois sou uma grande fã
e manter este contato está sendo uma honra. É o grande poeta diplomata
brasileiro do século XX, o mais boêmio e com sede de vida e de descobrir a
verdadeira felicidade.
O fato de ter se casado nove vezes explicita seu caráter
apaixonado, em uma intensa busca por algo que, provavelmente, nem você tinha
conhecimento. Creio que na sua concepção a vida é um ciclo infinito de querer,
satisfazer, entediar-se e, depois, querer de novo. Era o verdadeiro “infinito
enquanto dure”. No entanto, imagino que não tenha tido com tais damas as
respectivas considerações merecidas. Coloco-me em seus lugares e creio que
ficaria iludida, extasiada por estar ao
seu lado para, “de repente, não que de repente”, tudo desabar.
Sua casa, em Petrópolis, era um verdadeiro sonho. As portas
sempre abertas, um encontro cultural , raro, de pessoas brilhantes.Você
inaugurou inúmeros talentos, na época, jovens que, se não fosse por você, não
teriam tido todo o prestígio que tiveram . Qualquer pessoa que tivesse mísera
participação em suas músicas tornava-se parceiro.
Tem alta capacidade de transformação a sua poesia. A cada
paixão, a cada época de vida havia um jeito novo de escrever. Acho isso
incrível! A comprovação de constante renovação própria! Sua diplomacia também o
obrigava a mudar. Cada hora em um país diferente. Absorvendo mais cultura,
experiência e amor ao Brasil.
“O uísque é o melhor amigo do homem! É o cachorro
engarrafado! A bebida foi um problema sério para você, poetinha. Não conseguia
passar um dia sem sua dose clássica de uisquinho e, embora seja prazeroso, tire
sua timidez e possibilite novas amizades e parcerias, em determinados momentos,
torna-se vergonhoso. Que sou eu? Mas se fosse lhe dar um conselho seria o
de beber menos. O cuidado com o corpo também é importante.
Suas parcerias ajudaram a construir o que você é hoje. Tom
Jobim primeiramente e, depois, Baden Powell, criaram com você a poesia negra em
forma de música. Esse caráter
transformador comprova-se também nisso: entrega-se de corpo e alma às coisas em
sua vida, tanto a seus amores quanto à vida profissional.
É um dos maiores exemplos do Brasil. O orgulho do povo! O
branco mais negro do Berasil! Escrever lindamente sobre tudo de mais complexo e
ais simples que há é um dom. O dom de fazer com que as palavras toquem as
pessoas como fossem gente.
Pergunto-me, no entanto, se deveras você foi feliz. Ou se
viver na constante busca da felicidade se
é feliz sem perceber, nesse caminho. Sei que aproveitou a vida, fez o
que desejava, não se limitou, foi “sem vergonha” mesmo,, e se deleitou como
poucos conseguem.
Admiro-o, Vinícius, e por isso o critico em alguns
aspectos. Mas você é e sempre será o incrível poeta, que transforma letras em
esperança de vida. Se posso escolher uma dentre suas poesias que o caracterizasse seria esta:
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofre junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais ... (Vinícius de Moraes)
Por
Maria Fernanda Freitas
Caro
Vinicius
Assisti a um documentário sobre você outro dia. O filme é bem
feito e interessante e, através dele, se pode perceber que sua vida também foi.
É estranho pensar que há um século atrás nascia uma figura
tão importante para o Brasil, um gênio da Bossa Nova e de outros estilos
musicais como o afro-samba. É mais estranho ainda pensar que nos deixou há 33
anos e que nunca o esqueceremos ou nos cansaremos de você. Eu, por exemplo, nem
tive o prazer o prazer de conhecê-lo,
porém sei tantas coisas sobre a sua vida que é como se pudesse senti-lo
em cada canção sua.
Os que tiveram a sorte de serem seus contemporâneos e os que
têm a sorte de entrar em contato com a sua obra sabem que você foi um
apaixonado. Apaixonado pela vida, por seus amigos, pela música e pelas
mulheres. Todos
Com certeza foi essa busca que fez sua vida brilhante, mas
por trás desse peito cansado de bater e desses sempre sorridentes e amigáveis
lábios, também era possível perceber a angústia e o medo de ficar sozinho.
Talvez por conta desses amores relâmpago e dessas contradições tenha se casado
tantas vezes e, pelos mesmos motivos, se separado tantas vezes,magoando
mulheres de filhos.
Sei que você foi um grande homem, mas poderia ter sido um
diplomata e um pai melhor e mais presente, porém se não fossem esses defeitos e
suas qualidades, sua felicidade exterior e angústia interior, seus altos e baixos,
talvez não fosse Vinicius de Moraes, um brasileiro que até hoje nos orgulha
exatamente do jeito que foi.
Com
carinho,
Vitoria
Caro Vinicius,
Esse ano você faria 100 anos de idade se aquela dia em sua banheira, na casa da Gávea, não tivesse acontecido. Uma pena que não tenhamos realmente nos conhecido, mas "a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida", e mesmo não o conhecendo, acabei por ver um documentário sobre você, e descobri mutas coisas par compartilhar.
Acho que talvez queira saber o que vem acontecendo no Brasil, pois, em alguns aspectos, sua pátria, "pátria minha", está muito diferente desde que você se foi. Passaram-se mais de 30 anos, e pelo que sei de sua personalidade, acho que algumas coisas o incomodariam e outras o deixariam maravilhado.
A ditadura militar acabou apenas cinco anos depois de sua morte. Acredito que você conseguiria seguir sua carreira de diplomata se quisesse, pois, mesmo depois de morto, você foi promovido e é nada mais nada menos do que o embaixador desde o ano de 2010. Mesmo com o fim da ditadura, o Brasil, embora democracia, continua com suas estranhezas. O racismo ainda existe, a violência contra a mulher melhora, mas não desaparece, os pobres continuam pobres e os ricos continuam ricos, e na verdade, a vida não esta assim tão diferente.
Mas, como você sabiamente disse, o futuro é incerto,"nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que vira, o fim dela ninguém sabe ao certo onde vai dar". E como ainda "é melhor ser alegre que ser triste", continuamos vivendo nossas vidas, ao som de seus versos e à espera de um futuro melhor, aproveitando as pequenas alegrias da vida. Afinal, ainda "o futebol é pura dança", ainda "brincam na luz as belas borboletas", existem agora outras garotas de Ipanema que passam "num doce balanço a caminho do mar" e todos ainda acreditam que "o destino dos homens é a liberdade". Enfim, sinto falta do Poetinha, se estivesse aqui, me ajudava a "rir meu riso de derramar meu pranto"
E pra você, só mais "Uma palavra : Adeus".
Paula Soares.
terça-feira, 9 de abril de 2013
JAMELÃO 100 ANOS: TRIBUTO DA FLIST
José
Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão, nasceu no bairro carioca de São
Cristóvão, no dia 12
de maio de 1913. Foi um dos maiores cantores
que este país conheceu. Cantava sambas-canção como ninguém, e foi um puxador de
samba (intérprete!) inigualável.
É um dos tributos da FLIST 2013.
Apesar
de grande intérprete de sambas-canção, talvez o maior de todos, Jamelão ficou
muito popular como puxador-de-samba da Mangueira, função que exerceu por quase
60 anos.
JAMELÃO
Você por aqui é novidade.
Louvado seja Deus nosso Senhor.
Quem lhe trouxe aqui foi a saudade
A recordação do nosso amor
Se lhe comprimento, é porque tenho prazer
Dou-lhe boa noite, só por você merecer.
Boa noite, boa noite querida
Pelo que parece, estás por aqui perdida.
Louvado seja Deus nosso Senhor.
Quem lhe trouxe aqui foi a saudade
A recordação do nosso amor
Se lhe comprimento, é porque tenho prazer
Dou-lhe boa noite, só por você merecer.
Boa noite, boa noite querida
Pelo que parece, estás por aqui perdida.
Unanimidade dentro e fora do samba, o cantor recebeu em 2001 a medalha da Ordem do Mérito Cultural, entregue pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
Foi como cantor de sambas-canção e intérprete de Lupicínio que ele se consagrou junto ao público e à crítica.
Em
março de 2000, diante da insistência da Mangueira em homenageá-lo no carnaval
seguinte: “Não quero ser enredo de nada, nem agora nem nunca”.
quarta-feira, 27 de março de 2013
Zuenir Ventura lê crônica de Rubem Braga
Zuenir lê "Meu ideal seria escrever", de Rubem Braga:
http://oglobo.globo.com/infograficos/rubem-braga-audioslide/
http://oglobo.globo.com/infograficos/rubem-braga-audioslide/
'Meu ideal seria escrever...', de Rubem Braga
terça-feira, 26 de março de 2013
RUBEM BRAGA 100 ANOS
Notícias na internet:
RELEITURAS:
Rubem Braga - Biografia - Projeto Releituras
CENTENÁRIO DE RUBEM BRAGA:
Ministério da Cultura - MinC » Centenário de Rubem Braga
Rubem Braga: cronistas definem legado no centenário de escritor:
Rubem Braga: cronistas definem legado no centenário de ... - Terra
RELEITURAS:
Rubem Braga - Biografia - Projeto Releituras
O século do velho Rubem Braga:
O século do velho Rubem Braga - O GloboExposição marca centenário do escritor capixaba Rubem Braga:
G1 - Exposição marca centenário do escritor capixaba Rubem ...CENTENÁRIO DE RUBEM BRAGA:
Ministério da Cultura - MinC » Centenário de Rubem Braga
Complexo Rubem Braga:
Complexo Rubem Braga - WikiRioRubem Braga: cronistas definem legado no centenário de escritor:
Rubem Braga: cronistas definem legado no centenário de ... - Terra
terça-feira, 19 de março de 2013
Ana Maria Machado: autora homenageada 2013
por Elizabeth
D’Angelo Serra
Secretária geral da Fundação Nacional do Livro
Infantil e Juvenil
Ana
Maria Machado vive e escreve dialeticamente, apresentando em suas histórias o
ponto e o contraponto dos conflitos para, em seguida, trazer uma síntese que se
abre para uma nova situação sem nunca se encerrar em uma mensagem ou uma lição.
Diz ela: Um escritor não tem que se
preocupar com mensagens. Tem que contar uma boa história, de uma maneira
interessante, com surpresas de linguagem, e criar um livro que divirta, faça
pensar e fique na lembrança do leitor de alguma maneira, dando vontade de reler
ou relembrar de vez em quando.
Essa
combinação original é o mistério que nos atrai e que torna a sua obra única: a
sua vida como uma pessoa comum e o seu olhar artístico e crítico para observar
e procurar entender o mundo e suas relações, local e globalmente e, depois, nos
contar, do seu jeito o que vê e sente. Por isto suas histórias têm sucesso
também com crianças e jovens de terras diferentes e distantes do Brasil, em
dezenas de países onde estão publicadas.
Ana
não escreve livros para agradar, mas porque sua reflexão sobre a vida se faz
por meio da escrita. Escrevendo, dialoga e partilha com os leitores suas
experiências contando para isto com uma memória privilegiada. Sempre atenta ao
que ocorre ao seu lado, ou mesmo longe, ela rapidamente conecta o passado e o
presente com o olhar para o futuro, dando sentido às situações simples e
complexas da vida nos ensinando o valor da História.
A Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), seção brasileira do
International Board of Books for Young People – IBBY, é a instituição da qual Ana
recebeu as mais altas premiações, inúmeras em diversas categorias. Em 1993, ela
tornou-se Hors Concours nas premiações da FNLIJ.
Entre
tantos prêmios recebidos, há importantes
reconhecimentos que expressam o valor da repercussão de sua obra. Em 2000, a
Ordem do Mérito da Cultura, concedida pelo Ministério da Cultura, no seu mais
alto grau. Em 2001, a
Academia Brasileira de Letras - ABL lhe deu o maior prêmio literário nacional,
o Machado de Assis, pelo conjunto da obra. E, em 2003, ela foi eleita para
ocupar a cadeira número 1 da ABL. Pela primeira vez, um autor com uma obra
significativa para o público infantil foi escolhido. Atualmente, é a Presidente
da ABL. Em 2012, recebeu a Medalha Tamandaré da Marinha do Brasil, pelos
serviços prestados à cultura brasileira.
No
âmbito internacional, ela recebeu o destacado Prêmio Hans Christian Andersen do IBBY , em
2000, considerado o pequeno Nobel da Literatura Infantil e Juvenil. Em 2011, recebeu
o Prêmio Príncipe Claus, da Holanda. Em 2012, o título de Membro Honorária do
IBBY e o Prêmio Ibero-americano de Literatura Infantil e Juvenil da Fundação
SM.
Ana
esteve exilada na Europa e trabalhou como jornalista na BBC de Londres. Ao
voltar ao Brasil, em 1972, foi exonerada do serviço público na universidade o
que a fez seguir na área do jornalismo no Jornal do Brasil e na rádio JBFM,
onde permaneceu por oito anos.
Ela deixou
a rádio e o jornal para uma nova experiência com livros: abriu a primeira
livraria do país focada em livros infantis, a Malasartes.
Durante a ditadura, as produções artísticas para o público infantil não
eram objetos de interesse dos censores que, certamente, não liam para seus
filhos, desconhecendo a força formadora e revolucionária da literatura para a
cultura e educação dos pequenos. Felizmente Ana Maria escolheu a
literatura infantil como forma de se expressar, o que possibilitou levar, para
nossos filhos e alunos, a esperança em um país mais justo e o valor inalienável da liberdade!
Os
personagens das suas histórias rompem paradigmas: questionam as ordens sem
sentido, definidas de cima para baixo sem discussão e as atitudes passivas
frente às injustiças, se indignam com o desrespeito aos animais e à natureza
sem criar uma dicotomia entre homem e natureza; semeiam relações de
solidariedade, promovem as decisões em grupo onde todos podem se expressar e
aprendem a ouvir. Eles falam de afetos, de amores e de amizades, sem
maniqueísmos ou preconceitos.
Os
direitos humanos e os valores democráticos estão presentes regando o imaginário
e a fantasia infantil por meio de uma linguagem extremamente bem cuidada, só
possível para quem tem o domínio do idioma que Ana traz na sua vasta bagagem
intelectual, como leitora e estudiosa da Língua Portuguesa.
As
histórias escritas, a partir de 69, na revista Recreio, sob a batuta de Ruth Rocha, revelaram Ana Maria dentre outros
autores, como a própria Ruth Rocha. O sucesso dessas histórias junto aos
professores e aos pais despertou a atenção dos editores que passaram a
encomendar histórias para serem publicadas em livros!
O
caminho de Ana como escritora nesses mais de 40 anos é firme, não cedendo aos
modismos ou às exigências do mercado, pois é fiel ao que acredita, ao que ela
gosta de fazer:
Em
maio de 2000, em uma entrevista para o informativo da FNLIJ, ela disse: Eu escrevo porque gosto da língua portuguesa,
porque gosto de histórias e conversas, gosto de pessoas com diferentes
opiniões, gosto de outras vidas, de outras idéias. Outras emoções. Eu gosto de
pensar e imaginar. E em todo esse processo, a leitura é fundamental.
Cumplicidade,
afetividade, generosidade, compromisso com as mudanças de maneira radical, um profundo
sentido de justiça e postura ética firme são algumas das muitas qualidades de
Ana e que estão presentes, com ênfase, nas suas histórias.
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